22.1.09

a noite abrir-nos-à



(escultura de donal hord, "nagual in moonlight", 1960)


8.

(para o rolando toro)

espero o nagual. a única sombra de luz que alimenta o grande poema branco. espero ser comido por algum animal das árvores. deito-me e surjo defronte dos troncos, como se fosse um antepassado de poder, ou o que resta das palavras antigas do rito. surjo defronte da pegada dos tigres, que saíram em revoada pelas águas lá em baixo, onde o homem primitivo construiu a sua casa.

sei que o poema é a génese do encontro. mas os animais gritam, a terra chama o seu inconsciente vital.

jorge vicente

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